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Som Livre dá o tom dos novos tempos

Ícone da música brasileira, gravadora segue embalada por conteúdos capazes de entoar a melodia dos próximos 50 anos

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A Som Livre dá mais um passo rumo à liderança do mercado brasileiro de conteúdo musical. O primeiro projeto capitaneado pela nova área de agenciamento de artistas será estrelado pelo cantor e compositor Tiee, um dos nomes mais promissores do pagode e do samba, que está prestes a lançar o seu primeiro DVD, previsto para outubro. “Entramos em uma nova fase na cadeia de valor da música no Brasil, com as oportunidades geradas pelo agenciamento de artistas”, diz Marcelo Soares, presidente da Som Livre.

A ideia é cocriar ações que ajudem a potencializar experiências diretas com o público. Depois de gravar meio século de música popular brasileira, a empresa aumenta o volume de negócios capazes de amplificar o som dos novos tempos. “A Som Livre permanece como o espelho musical do Brasil. A missão de promover conteúdo nacional relevante e abrir espaço para novos talentos continua”, sustenta o presidente da Som Livre, que no seu elenco atual tem Luan Santana, Jorge & Mateus e Marília Mendonça (três artistas que estão disputando a liderança das plataformas de streaming nas últimas semanas), além de Wesley Safadão, Edi Rock, Filipe Ret e Maria Gadú — essa última apresentada pelo slap, selo criado em 2007 e que já alçou nomes como Céu, Marcelo Jeneci e Silva. “Lançamos o slap sem pretensão comercial, e tivemos a felicidade de garimpar mais de 30 descobertas”, comemora Soares.

Luan Santana encontra influenciadores em evento no estúdio, inaugurado em 2018

No total, o catálogo da Som Livre soma mais de cem artistas e a editora representa os direitos de compositores nacionais e estrangeiros. Licenciamento internacional, digital, selo eletrônico (Austro Music) e shows também compõem uma coletânea variada de negócios. Mais do que uma gravadora, a Som Livre passou a atuar como fonte de conteúdo musical nas mais diversas plataformas — do digital aos canais ao vivo.

“A experiência ao vivo vai além dos palcos. Traz a chance de aproximar o público da música por meio de projetos customizados com marcas que nos ajudam a contextualizar todo o conteúdo ladeado pelo artista”, define Soares.

A decisão de investir em conteúdo aconteceu há cerca de 15 anos, quando o modelo de negócio do mercado brasileiro de música, baseado nas vendas físicas, foi desafiado pela digitalização. No fim de 2007, linhas que não estavam ligadas a produtos físicos ganharam relevância, conduzindo à diversificação dos negócios.
As músicas sertaneja, infantil, evangélica e gospel sustentaram o primeiro pilar de conteúdo da empresa, endossado por Luan Santana, Galinha Pintadinha e padre Fábio de Melo. “Foi o momento da guinada, um divisor de águas”, comenta Soares.

Shows ao vivo e festivais

Certa da importância que a geração de boas experiências tem para o ambiente digital, veio a segunda

Destaque do line up de eventos, a Arena Pop é uma parceria com a Arena Corinthians

vertente de conteúdo, desta vez erguida sob a plataforma de shows e eventos. Em cem edições desde 2012, o festival itinerante Festeja, por exemplo, já passou por mais de 35 cidades do Brasil, Estados Unidos, Portugal, Bélgica e Inglaterra. O line up atual de eventos tem ainda o Destino Música e o Arena Pop, uma aliança com o camarote da Arena Corinthians, em que a Som Livre atua como promotora, oferecendo um pacote de entretenimento e serviços, incluindo shows ao vivo.

Surgiram também as parcerias com entregas customizadas para marcas, como o Grupo Heineken, por meio do Glacial Fest, festival itinerante de música com 16 etapas pelo País. São exemplos dessas ações a Deezer Sessions com Raça Negra (gravado no estúdio da Som Livre e com direito à música exclusiva para a plataforma de streaming) e Lexa no Just Dance (a coreografia de Só Depois do Carnaval, um dos maiores hits da cantora, estará disponível na edição 2020 da série de jogos de dança mais vendida do mundo).

A Som Livre inaugurou estúdio multifuncional para projetos de formatos variados, como clipes, audições e eventos, por onde já passaram Wesley Safadão (na página oposta, em gravação do DVD WS Mais Uma Vez”) e Lexa (acima, em ação para o lançamento de Sapequinha)

A força do VOD e do streaming

Outro projeto pioneiro da Som Livre, feito em parceria com o Globoplay, foi lançado com o cantor Luan Santana, que estreou a categoria Música na plataforma de video on demand (VOD). “Ao ativar momentos diferenciados de consumo, geramos experiências que viram matéria-prima para a própria área comercial da Globo, uma aproximação que vem rendendo inúmeras oportunidades de negócios”, frisa Soares.

Especialmente desenvolvido para o Grupo Heineken, o Glacial Fest tem 16 etapas pelo País

A Som Livre faz dupla também com o mercado de streaming de música, que responde por 47% de toda a receita da indústria fonográfica mundial, equivalente a uma movimentação da ordem de US$ 8,9 bilhões e crescimento de 34% em 2018, segundo a International Federation of the Phonographic Industry (IFPI).
Ao todo, a empresa realiza cerca de cem lançamentos ao ano. Contando os videoclipes, o volume passa de 200 projetos especialmente pensados para os mais diferentes canais.

Vale a pena ouvir de novo

A Globo criou a Som Livre no ano em que Wilson Simonal exaltava a alegria de viver num “país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”. Em 1969, o Brasil experimentava uma das mais ricas manifestações culturais de sua história. Enquanto a Som Livre ensaiava os seus primeiros movimentos, Caetano Veloso corria Atrás do Trio Elétrico e Roberto Carlos dobrava As Curvas da Estrada de Santos. Presidida à época por João Araújo, morto em 2013, a gravadora nasceu apenas quatro anos depois que a emissora de Roberto Marinho entrou no ar, em 1965. Mas foi tempo suficiente para entrever o sucesso de negócios orquestrados pelas trilhas das telenovelas.

A audiência foi um estrondo. Músicas eruditas logo deram lugar a canções de artistas da gravadora Philips, encarregada de comercializar os discos. A Globo era responsável por divulgá-los. O acordo soou como música para os ouvidos, e as vendas explodiram. Estava formado, assim, o embrião da Som Livre, nome derivado do programa Som Livre Exportação.

Lançado em 1971, o disco da novela O Cafona foi o primeiro a tocar nas vitrolas brasileiras. Mestres consagrados como Roberto Menescal, e compositores ainda novatos como Gonzaguinha, comandaram os acordes da leva inicial de álbuns, que ainda revelou Sá, Zé Rodrix e Guarabira e Reginaldo Bessa. O repertório da Som Livre também coleciona obras compostas por Raul Seixas e Paulo Coelho (O Rebu), Tom Jobim (O Tempo e o Vento), Toquinho e Vinicius de Moraes (O Bem Amado).

No compasso das novelas, a música brasileira se popularizou, abafando inclusive os ritmos estrangeiros. A Som Livre estava mesmo predestinada a legitimar vozes nacionais. João Araújo bem que tentou resistir ao favoritismo que poderia estar relacionado com o lançamento de Cazuza, mas acabou se rendendo ao talento de seu próprio filho. E deu no que deu: a poesia de um gênio eternizada em forma de música.

Ainda vieram os Novos Baianos, Djavan, Alceu Valença, Rita Lee, entre tantos outros. Mas foi um show com x que fez a Som Livre estourar. O álbum mais vendido da sua história foi o Xou da Xuxa 3, que arrebatou mais de três milhões de cópias em 1988.
Meio século de música? Pelo que se ouve por aí, é pouco tempo para uma marca que reinventa os seus negócios ao som livre de barreiras para a plateia brasileira.

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